sábado, 4 de setembro de 2010

Finito e infinito



"Há um ponto em que todas as contradições harmonizam-se no seio do mistério da existência; onde o movimento não é totalmente movimento nem a quietude totalmente quietude; onde a idéia e a forma, o interior e o exterior, unem-se; onde o infinito se torna finito sem perder, apesar disso, sua infinitude. Se essa união for desfeita, então as coisas se tornam irreais. 
Quando vejo uma pétala de rosa com o microscópio, eu a vejo em um espaço mais dilatado do que ela realmente ocupa. A medida que aumento mais o espaço, a pétala se torna mais vaga, porque, no infinito puro, ela não é nem pétala de rosa nem qualquer outra coisa. Ela só se transforma em pétala de rosa quando o infinito se liga com o finito em um ponto dado. Quando nos afastamos desse ponto, para o pequeno ou para o grande, a pétala começa a perder sua realidade". (Rabindranath Tagore, A personalidade. In: Meditações, p. 82)

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