sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O amor


Meus amigos filósofos, na imensa maioria, são metafísicos ou lógicos. Até onde sei, estão quase sempre preocupados em resolver questões como estas: qual a estrutura essencial do mundo? existe liberdade humana? é possível o auto-conhecimento? a quê nossos pensamentos se referem? as proposições dizem algo?
Mas se encontrasse um filósofo hoje (e não devo encontrar, pois não vou sair de casa) perguntaria: o amor romântico é possível? Nos últimos anos tem se aguçado em mim a crença de que as experiências de amor são muito frágeis. Lá no fundo, no entanto, acho que o amor é mais do que as experiências que vivi. Minha alma anseia por uma experiência perene, uma rocha firme para me abraçar e apreciar o vaivém das ondas da vida. Gostaria de saber se tal imagem é real, pois não consigo determinar qual é a alternativa verdadeira dentre essas três opções: a) minhas imagens do amor são vazias; b) o amor possível é o amor frágil c) vivi um amor real, profundo e verdadeiro sem ser capaz de reconhecer!

5 comentários:

Anônimo disse...

AS INDAGAÇÕES
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
Mario Quintana. (C)!

Anônimo disse...

Que coisa.
Eis as questões.

Giovani Felice disse...

Oi Flávio

Eu não vou te dar uma resposta direta para nenhuma das tuas perguntas. Eu acho que Borges pode ser "útil" para identificar qualquer "sintoma" (seja com for,é muito bom o que segue aí).:-)
Um grande abraço.

El Amenazado

Es el amos. Tendré que ocultarme o que huir.
Crecen los muros de su cárcel, como en un sueño atroz. La hermosa máscara ha cambiado, pero como siempre es la única. De que me servirán mis talismanes:el ejercicio de las letras, la vaga erudición, el aprendizaje de las palabras que usó el áspero Norte para cantar sus mares y sus espadas, la serena amistad, las galerías de las Biblioteca, las cosas comunes, los hábitos, el joven amor de mi madre, la sombra militar de mis muertos, la noche intemporal, el sabor del sueño?
Estar contigo o no estar contigo es la medida de mi tiempo.
Ya el cántaro se quiebra sobre la fuente, ya el hombre se levanta a la voz del ave, ya se han oscurecido los que miran por las ventanas, pero la sombra no ha traído la paz.
Es, ya lo sé, el amor: la ansiedad y el alivio de oír tu voz, la espera y la memoria, el horror de vivir en lo sucesivo.
Es el amor com sus mitologías, con sus pequeñas magis inútiles.
Hay una esquina por la que no me atrevo pasar.
Ya los ejércitos me cercan, las hordas.
(Esta habitación es irreal; ella no la ha visto.)
El nombre de una mujer me delata.
Me duele una mujer en todo el cuerpo. (Obras Completa II)

Flavio Williges disse...

Insuperável Giovani!

Fabian disse...

Para questões profundas como essas, sempre o insuperável Platão:
"E por ser filho o Amor de Recurso e de Pobreza foi esta a condição em que ele ficou. Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por
terra e sem forro, deitando-se ao relento, nas portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a necessidade. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e enérgico, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista: e nem imortal é a sua natureza nem mortal, e no mesmo dia ora ele germina e vive, quando enriquece; ora morre e de novo ressuscita, graças à natureza do pai; e o que consegue sempre lhe escapa, de modo que nem empobrece o Amor nem enriquece, assim como também está no meio da sabedoria e da ignorância.