terça-feira, 26 de agosto de 2008


EPILOGO

I

O sol, já mais suave, brilha claro no céu ligeiro.
As rosas do jardim, sacudidas por um vento
De outono, balançam ritmicamente.
A atmosfera oferece beijos fraternos.

Já abandonou a Natureza seu trono
De esplendor, de ironia e serenidade:
Clemente se mostra e no vasto espaço dourado
Dirige-se ao homem, seu súdito perverso e rebelde.

Com o pano de seu abrigo, estrelado pela imensa abóboda,
Concorda em enxugar o suor de nossas frontes;
Sua alma eterna e sua imortal silhueta dão calma
E vigor a nossos corações lânguidos e ávidos.

O fresco balançar de mil ramos envelhecidos
E o amplo horizonte com difusos cantos,
Tudo, inclusive alegres bandos de pássaros e nuvens,
Tudo, assim, consola e libera. É hora de pensar.

Paul Verlaine

Nenhum comentário: