quarta-feira, 14 de julho de 2010

O lugar do Brasil na história da filosofia



Não há dúvida que o trabalho institucional com filosofia e as condições da pesquisa filosófica (como atividade acadêmica regulada inter pares) melhorou muito nos últimos anos no  Brasil. Apresento uma lista de pontos onde podemos reconhecer alguma evolução:
a) melhorias no mercado editorial: houve um incremento no número de traduções de textos filosóficos de boa qualidade (tanto comentários, como textos originais de filósofos).

b) as chamadas "novas tecnologias" e suas funcionalidades (email, base de dados, materiais em formato eletrônico) facilitaram o contato entre pesquisadores, estudantes, acesso a livros, etc. 

c) o acesso e aprendizado de línguas de outros países (os países dos filósofos que são estudados aqui) tornou-se mais fácil, em função do advendo de (b);

d) as universidades parecem estar recebendo mais recursos, de modo que as bibliotecas dos cursos  e a interlocução de professores nacionais com professores de outras partes do mundo melhorou;

e) há uma demanda formal maior pela filosofia entre estudantes, leitores comuns e profissionais de áreas não-filosóficas (vide o surgimento de revistas de filosofia vendidas em bancas de jornal, a presença da filosofia em cursos de humanidades, cursos preparatórios para o vestibular e ensino médio).


Se tudo isso é, aparentemente, verdadeiro, o que falta ainda para considerarmos que o Brasil está em condições de ocupar um lugar na história do pensamento filosófico? O que falta para que nossas universidades façam brotar filosofias capazes de resistir ao tempo e filósofos de grande envergadura, filósofos que tenham o mesmo destaque que Putnam e Cavell de Harvard, por exemplo?

Essas perguntas não são fáceis de responder. Em primeiro lugar, há problemas de geo-política que impedem ou prejudicam o surgimento de grandes intelectuais brasileiros. Embora não sejam escritores menos hábeis, Machado de Assis e Guimarães Rosa não são conhecidos como Tolstoy, Flaubert ou Bukowski. A principal razão disso parece ser realmente uma questão do poder de editoras e das dificuldades de vender um autor brasileiro fora daqui (um problema que não parece ocorrer com a música e do futebol brasileiro). Com nossos grandes filósofos e filosofias poderia estar-se dando o mesmo. Mas, se isso fosse verdadeiro, deveria ser possível localizar os machados e rosas da filosofia. E quem são eles? E o que escreveram? 
Bueno, essas duas últimas questões são retóricas. Há bons filósofos no Brasil, filósofos como Putnam e Cavell. Desconheço completamente o trabalho de lógica do prof. Newton da Costa, mas ele parece ser um desses filósofos que tem levado o nome do Brasil muito longe. O sucesso de Newton da Costa, no entanto, ainda me parece insuficiente para afirmar que o Brasil já ocupa um lugar na história da filosofia. Em geral, parece necessário haver um certo espectro de questões sendo discutidas e um pequeno grupo de autores de destaque lidando com elas, para que um país possa ser reconhecido por sua contribuição filosófica. Talvez pudessemos ampliar a lista com os nomes de Porchat, Chateaubriand e outros autores mais antigos como Farias Brito, por exemplo. Mesmo ssim ind reluto. O lugr do pensmento filosófico brsileiro n históri d filosofi ind nõ foi estbelecido. Felizmentge me prece que nunc estivemos tõ perto de encontrr  esse lugr.







 

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