EPILOGO
I
I
O sol, já mais suave, brilha claro no céu ligeiro.
As rosas do jardim, sacudidas por um vento
De outono, balançam ritmicamente.
A atmosfera oferece beijos fraternos.
Já abandonou a Natureza seu trono
De esplendor, de ironia e serenidade:
Clemente se mostra e no vasto espaço dourado
Dirige-se ao homem, seu súdito perverso e rebelde.
Com o pano de seu abrigo, estrelado pela imensa abóboda,
Concorda em enxugar o suor de nossas frontes;
Sua alma eterna e sua imortal silhueta dão calma
E vigor a nossos corações lânguidos e ávidos.
O fresco balançar de mil ramos envelhecidos
E o amplo horizonte com difusos cantos,
Tudo, inclusive alegres bandos de pássaros e nuvens,
Tudo, assim, consola e libera. É hora de pensar.
Paul Verlaine
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