domingo, 4 de janeiro de 2009

poesia


De baixo para cima os poetas Ivan Junqueira, Roberto Piva, Stella Leonardos.

O MaxSevero comentou que teria interesse em publicar um livro de poesia comigo. Respondi a gentileza do convite dizendo que mandaria para ele o que eu tinha escrito até hoje. Reluto muito em mostrar publicamente o que escrevo. Só mostrei algumas poesias minhas pra Marta, o Bruno e alguns amigos chegados. Bom, a verdade é que me encontrava, até ontem, animado com a proposta. Mas aí dei uma passeadinha pela internet buscando "poesia brasileira contemporânea" e me deparei com um bando de poetas da mais alta linhagem. A lista de bons autores que se pode percorrer é enorme. Resumindo o conto: não tenho mais vontade de publicar nada. Destaco três poemas que encontrei e gostei muito. O primeiro é do Roberto Piva, o segundo Ivan Junqueira, que faz parte da Academia e o terceiro de uma moça chamada Stella Leonardos.

O Inferno Musical

As horríveis pianolas
de câncer
descendo várias semínimas
até o Galo
ondas do meu agrado
& sempre
sonorizando a Hora Premeditada
OS QUINZE VELOCÍPEDES
NA LADEIRA
DO AMOR
como um Mar de bocas
tóxicas de Sagitário
ondulando nas almas
que dançam despidas
MONSTROS GIRATÓRIOS


ROBERTO PIVA - Piazzas (1964)


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Hoje


Ivan Junqueira

A sensação oca de que tudo acabou
o pânico impresso na face dos nervos
o solitário inverno da carne
a lágrima, a doce lágrima impossível...
e a chuva soluçando devagar
sobre o esqueleto tortuoso das árvores



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ESPELHOS

Stella Leonardos da Silva Lima Cabassa (Rio de Janeiro RJ, 1923)


É mancha de tinta

ou pele manchada?

É poeira em camada

ou pele que escama?

É pingo de roxo

ou sangue pisado?

É raiva de um rosto

ou rictus de máscara?

É imagem disforme

ou espelho infamante?

É mais que grotesco:

é face de drama.

É o trágico doendo:

um monstro se olhando.

Abaixo o que espelha!

Cristal, água, lâmina.

Um comentário:

Anônimo disse...

Criança de Ouro!
Andei na virtude e no defeito ao leo
Tenho sempre um menino no coração
Tenho sempre uma nova canção
Um dia quando feliz você plantou um jardim pra mim
Como posso esquecer o meu nome naquela lápide
Como posso esquecer seu nome naquela árvore
Como posso esquecer as confissões... naquela valsa embalou.
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